9 de jul. de 2009

A busca

Há tempos isso vem acontecendo. As mulheres tentando buscar algo que as coloca em sintonia com elas mesmas, procurando identificar pessoas que compartilhem do mesmo intuito. Participando de grupos, círculos. Isso está crescendo em âmbitos diversos. Vejo esse crescente por estar sempre em contato constante com o universo feminino em geral, em danças,em religiões, em estéticas, em conversas de bar. Como trabalho com esse universo, mas sou uma pessoa extremamente observadora e analítica a ponto de ver os três lados de uma moeda,(graças ao universo masculino de Alexandre Proença, Nietzche,Arnaldo Jabor, Roberto Justus e Dr. House, hehe) tenho a necessidade de outorgar um maior esclarecimento para essa busca,não só para mim mesma, mas de forma que todas as pessoas, homens e mulheres, possam compreender racionalmente o por que disso, sem metáforas e sem deixar que coisas lúdicas respondam por mim.Essa é a forma masculina de pensamento que trago à tona, que é bastante válido e altamente complementar. Só pra constar, os homens se encontram um pouco perdidos com certas contradições no universo feminino...vamos organizar o raciocínio. Objetivo (o que os grupos oferecem): compreender melhor em conjunto para depois descobrir em si o respeito próprio e mútuo acerca da sua natureza e sua verdade. Ajudar a se reintegrar após um trauma. Aprender coisas sobre outras culturas, rituais, caminhos alternativos de cura,conviver em grupos e agregar amizades. Acho que a primeira coisa que nos faz sentir necessidade de alimentar essa idéia é que começamos a perceber o quanto somos sós quando não estamos bem com alguma coisa. Aqueles momentos em que mais precisamos de alguém que não está ali, de uma mãe que não está mais perto, de uma atitude que não aconteceu. Mergulhamos no nosso eu e não achamos respostas, nem forças. É como partir para um caminho sem conhecer o ponto de partida. Não controlamos as coisas. Apenas temos ferramentas para fazê-las acontecer. Estando num grupo, propondo discussões e elaborando teorias, as coisas fluem muito mais. Aí a importância e descoberta que a mulher faz dentro dos grupos. Primeiro temos o apoio dos semelhantes para depois subirmos o degrau que nos fará encontrar uma auto suficiência em relação aos sentimentos e a quem se é, pela troca de experiência e amizade. Cada caminho tem suas pedras e suas flores. Caminhar por ele em companhia é fascinante, mas caminhar por ele só e com o mesmo entusiasmo é um dos exercícios mais difíceis.As mulheres perceberam que precisam se unir mais e investir tempo para si mesmas, de alguma forma que não seja somente através da vaidade e do materialismo. Usar sabedoria para enfrentar as mais diversas situações acreditando tanto em sua fragilidade quanto em sua força, reconhecendo que é possível usar uma sem anular a outra, deixando de lado a autopiedade e parando de justificar os fracassos o tempo todo.... Não precisa estar sempre correndo atrás de uma imagem de fantasia, de bem estar infinito e incomparável, nós somos frágeis como seres humanos e temos que aprender a conviver com o fato.Erramos, sofremos, surtamos e a perfeição está muito longe! Mas temos que construir uma base sólida a partir do autoconhecimento, mesmo que não a tivéssemos na infância, para traçar metas sabendo o que queremos, como gostamos e o que somos. Saber mudar as atitudes habituais, coisas que não pensamos e fazemos automaticamente. Se existe um preço? claro que sim. Pois independente do que a pessoa faça, ela tem que comer e vestir para estar ali, ela está servindo seu tempo para isso, usando seus conhecimentos e suas pesquisas para dar o maior suporte possível a quem precisa. É um trabalho muito legal, diferente, que deve ser reconhecido e respeitado como qualquer outro. São pessoas determinadas a tentar fazer o bem ao máximo, e o fazem por que realmente gostam, se não estariam envolvidas em outras coisas. Sempre estão fazendo caridade ou trabalho voluntário. Os políticos podiam frequentar alguns círculos assim fora do Palácio, né, gente? Eu mesma acho que não sou tão boa. Então é isso, pessoal. Pra quem nunca participou, recomendo que despertem um interesse maior, caso queiram aprender coisas novas, conhecer gente nova, trocar idéias com seres pensantes e mais preocupados com o futuro das nossas relações humanas e da nosso planeta. É gente que dá duro, acredita no que faz, ás vezes tem dois empregos, mas não desistem de nós, estão sempre de braços abertos! Todas as pessoas que conheci que realizam esse trabalho, mesmo sem se conhecerem, são fantásticas. Gostaria muito que todas construíssem pontes entre elas também.

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